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2012

Concurso, Desenho, Modelo digital

 
 

Ficha técnica

Ano:
2012

Arquitetura:
SIAA + HASAA

Apoena Amaral
Andrei Barbosa
Bruno Salvador
Cesar Shundi Iwamizu
Eduardo Pereira Gurian
Guilherme Bravin
José Maria Macedo
Rafael Goffinet
Vito Machionne

Coordenação:
Antônio Carlos Barossi
Helena Ayoub Silva

USP SANTOS
Santos, SP, Brasil

Aos pés do Monte Serrat, da antiga garagem de bondes de Santos veremos aflorar uma edificação nova, cuja homogeneidade da pele envolvente dissimula a heterogeneidade e a multiplicidade programática do interior desse futuro centro universitário no litoral paulista. A USP Santos contém cursos com ênfase na pesquisa relacionada à produção de petróleo, conduzida pela Escola Politécnica com o apoio de outras faculdades da instituição.

Emergindo de dentro do velho prédio, a regular volumetria contemporânea articula o respeito ao patrimônio histórico com uma presença que não é mimética ou “silenciosa”. O ato inicial é a preservação e a restauração das fachadas da antiga garagem, cujo protagonismo se mantém quando se opta que a forma paralelepipédica que se eleva seja circundada por uma pele de chapa perfurada metálica, monocromática e uniforme. Some-se a isso, a opção por um edifício compacto de três andares, o que não afeta nem a escala do contexto arquitetônico e urbano, nem a contemplação da singular paisagem natural ao fundo.

O posicionamento dos acessos é decorrência dos eixos das relações estabelecidas com os edifícios históricos ao redor, em especial a Escola Cesário Bastos, projeto de Ramos de Azevedo. Fazendo a transição entre a cidade e o interior educacional, no térreo estão os espaços de confluência dos usuários. Para tanto, o rés-do-chão estrutura-se a partir de uma rua interna que se espraia no subsolo – através de escavações – e em uma larga escadaria com rampas na diagonal – superfície que se desdobra até primeiro pavimento, cuja generosa dimensão a torna um espaço de estar e encontros –, além dos núcleos de circulação vertical.

O primeiro andar superior é ocupado por programas de transição, em que o acesso é público porém controlado, como a biblioteca, a livraria, a gráfica, o restaurante e a cafeteria. Nos dois níveis acima estão as atividades acadêmicas stricto sensu, isto é, as diversas salas de aula. Esta dupla de pavimentos é constituída por oito plataformas separadas por vazios que garantem o conforto ambiental desses espaços com iluminação natural e ventilação cruzada, somadas a relação visual que se estabelece única e diretamente com o morro. Tais plataformas são, cada uma, divididas em duas partes afastadas por uma fresta central segundo uma organização estrutural bastante regular, proporcionando flexibilidade na ocupação e no dimensionamento dos diferentes espaços didáticos.

Os corredores dos três pisos elevados estão no perímetro do edifício, internamente paralelos às novas fachadas diáfanas. Esta relação mediada entre os espaços de passagem interna e a paisagem circundante é simbólica de toda esta operação arquitetônica: uma negociação que visa pacificar diferenças entre o patrimônio e o contemporâneo, entre a vizinhança natural e a nova ocupação, entre os fluxos urbanos e a concentração acadêmica.