top

TEATRO SESC ATALAIAfechar ×

2019

 
 

Ficha técnica

Ano de Concurso:
2019

Equipe Concurso
SIAA + Coletivo de Arquitetos

SIAA
Bruno Valdetaro Salvador
Cecilia Torrez Prudencio
Cesar Shundi Iwamizu
Eduardo Pereira Gurian
Fernanda Britto
Leonardo Nakaoka Nakandakari
Julia Carvalho Dell'acqua
Camila Yumi de Campos
Victor Luiz Quio

Coletivo de Arquitetos
Guile Amadeu
Gustavo Fontes
Rodrigo Lacerda
Juliana Pimenta
Rafael Miranda

Consulta legislação
Diego Régis
Luíza Meneses

Consultor Estrutura Metálica
Ricardo Almeida

Imagens Drone
José Azael Gois

Teatro Sesc Atalaia: Concurso
Aracaju, SE, Brasil

Projeto premiado: 3º lugar

Este projeto foi realizado em parceria com o Coletivo de Arquitetos.

A Atalaia, onde se encontra o lote a abrigar o Teatro do Sesc, é um bairro balneário da cidade de Aracaju distante aproximadamente 10 km do centro, cuja urbanização ocorreu de forma gradativa a partir dos anos 60.
Com uso predominantemente residencial, essa área da cidade apresenta-se, até hoje, com muitos terrenos baldios e com densidade demográfica baixa em comparação aos outros bairros da capital. Mais recentemente, é possível perceber o interesse do mercado imobiliário pela Atalaia, onde podemos notar, com isso, uma elevação do índice de verticalização e de moradores no bairro.
A orla da praia de Atalaia, um dos confrontantes do lote de trabalho, apresenta a principal concentração de hotéis da cidade, além de um número considerável de equipamentos públicos de lazer. Afora o natural fluxo de pessoas – moradores e turistas – pela Avenida Santos Dumont, as ruas internas do bairro possuem baixa presença de caminhantes, iluminação pública deficitária em alguns trechos, muros altos de fechamento dos lotes proporcionando um cenário pouco convidativo para o usufruto do espaço público. Nos últimos anos há o crescimento de atividades de prostituição em ruas próximas ao lote de trabalho bem como na própria Rua Martin Luther King.

Relação com a quadra
O projeto aqui apresentado propõe uma inserção urbana que visa contribuir urbanisticamente com as cercanias do complexo teatral a ser edificado, dinamizando-as programaticamente através de uma arquitetura mais gentilmente aberta e conectada aos seus arredores.
A implantação do teatro busca uma costura entre as três ruas que conformam o lote, conectando, através de uma área livre empraçada, essas três vias públicas. Do foyer, é possível uma ligação física e visual com a orla de Atalaia, com a Rua Martin Luther King e com a Avenida Oceânica, contribuindo para uma dinamização dessas vias nos momentos de funcionamento do teatro.

Distribuição Programática
O teatro se conectará com o as instalações originais do Hotel em pontos estratégicos: (a) junto ao edifício da academia, através de uma praceta de acesso ao foyer; (b) em dois acessos junto à área da piscina do Hotel (conectando, tecnicamente, as instalações do Hotel às áreas de funcionários, camarins, estar de convidados do Teatro); (c) em dois níveis elevados do edifício da academia, na cota do primeiro e do segundo pavimento.
Dessa maneira o resultado formal da volumetria proposta se apresenta pela distribuição linear dos conjuntos programáticos em paralelo a Rua Martin Luther King, onde a Caixa-Preta, Teatro (caixa cênica e sua plateia) e o bloco de Serviços, ganham autonomia, ao mesmo tempo que estes se conectam através de um eixo de circulação que estabelece a interface entre os programas existentes e o novo programa.

Organização de vagas
O espaço reservado para as vagas de automóveis apresenta uma metragem quadrada significativa, seguindo as diretrizes urbanísticas do Município e se mostra como um elemento importante na organização das áreas livres da quadra.
Seguindo o modelo existente, a ocupação das bordas do lote, foi proposta a duplicação desta linha de vagas junto a Rua Martin Luther King, internamente ao lote, construindo uma rua interna, que ao mesmo tempo organiza o fluxo de acesso e absorve a necessidade de um abrigo sombreado junto ao Foyer, sob a projeção da plateia.
Nos dias nos quais o estacionamento não for demandado, a cidade poderá usufruir deste espaço, como uma praça, livre de carros, arborizada, capaz de acolher atividades culturais diversas.

A construção da praça
Os pisos que conformam a praça do Teatro trazem uma continuidade espacial do calçadão da orla de Atalaia. O piso dessa praça é composto por áreas secas (apropriadas às circulações dos pedestres e para o acolhimento de eventos ao ar livre como feiras, exposições, espetáculos da Caixa-Preta que se abrem para essa área) e por áreas permeáveis (jardins vegetados ou com pedriscos). Há um cuidado na locação estratégica de espécies arbóreas que participem do sombreamento desses pisos, evitando a incidência direta do sol, minimizando o calor refletido pelo solo.
As espécies escolhidas para o paisagismo do empraçamento visam diversificar o acervo arbóreo da orla de Atalaia, marcado pela presença de coqueiros, casuarinas e ixoras, prioritariamente. As espécies arbustivas e arbóreas escolhidas devem ser adaptadas ao regime de ventos marinhos intensos e solos arenosos, rasos e salitrosos.