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2021
Concurso, Estudo Preliminar
Ficha técnica
Ano de Concurso:
2021
Equipe de Concurso:
SIAA
André Ferreira
Camila Yumi de Campos
Cecília Torrez Prudencio
Cesar Shundi Iwamizu
Eduardo Pereira Gurian
Maria Brenda Luna
Paula Mendes Máximo
Engenharia de Estruturas:
Raul Neuenschwander
Engenharia de Instalações:
Igor Hovadich
Belo Horizonte, MG, Brasil
Senac BH
“O destruir e o construir são iguais em importância; ambos exigem almas”
Paul Valery, Eupalinos ou o arquiteto
No conhecido diálogo entre Fedro e Sócrates, se discute a relação entre o construir e o destruir, e se destaca a predileção de Fedro pelo primeiro. Na cidade contemporânea, a demanda de se intervir nos edifícios preexistentes reposiciona esta questão, já que neles, toda ação de construir pressupõem um processo criterioso de subtração.
A proposta para o novo SENAC BH parte da atenta leitura da infraestrutura de seus edifícios preexistentes e das futuras intervenções necessárias para que passem a se constituir como conjunto arquitetônico uno.
Por abrigarem atividades relacionadas ao ensino, tais edifícios requerem uma nova constituição não só para as atividades programáticas previstas pelo edital, mas também para os espaços de circulação, agora desenhados como lugares de encontros.
Uma nova circulação central com pequenos ajustes de nível a cada andar possibilita a junção dos blocos principais, agora dotados de novas prumadas elétricas, hídricas e de climatização, além de novas circulações verticais que se somam às infraestruturas preservadas no bloco 1.
Projetado originalmente em conjunto com o bloco 2, o edifício que abriga o atual auditório foi reconfigurado de modo a restituir sua autonomia volumétrica, viabilizada pela eliminação de sucessivas adições sem caráter realizadas ao longo do tempo, e agora ampliada verticalmente para a criação de um novo auditório de maior capacidade, cuja estrutura se justapõem de modo independente à construção original.
Complementando o programa, foi projetado um novo bloco linear de 12 metros de altura nos fundos do terreno, abrigando grande parte dos programas relacionados às cozinhas didáticas, café e restaurante, já articulados por circulações de caráter público ou técnico.
Por estarem escalonados em diferentes alturas, estes quatro blocos permitem o uso de suas coberturas como terraços, adequados aos usos pedagógicos alternativos, às atividades de lazer não programadas, mas também à segurança do edifício, já que se constituem como rotas de fuga seguras que se somam à outras escadas devidamente protegidas.
Em continuidade ao piso térreo do bloco 1 e ao café localizado no novo bloco posicionado no fundo do lote, foi projetada uma nova praça – espaço vazio de articulação de todo o conjunto – sobre um volume destinado à infraestrutura de abastecimento das cozinhas, convenientemente ligada tanto ao restaurante quanto ao subsolo de caráter técnico com acesso independente pela rua.
Tal espaço vazio se articula, por meio de uma arquibancada, à rua interna de pé-direito duplo que atravessa todo o piso térreo do bloco 2, desde a rua até o fundo do lote, redesenhada a partir de atributos presentes em seu projeto original.
Todas estas ações, que se somam às novas fachadas de sombreamento dos diversos blocos, reafirmam a noção de conjunto arquitetônico uno, além de refletir uma nova linguagem adequada à identidade pública pretendida pela instituição: o olhar atento aos espaços dedicados ao ensino, o respeito à inserção urbana dos edifícios em sua sustentabilidade social e ambiental.
As ações previstas por este projeto não se limitam às solicitações estritas do edital, mas consideram também a possibilidade de conexões com outros edifícios do SENAC (ao lado e ao fundo) que poderão ampliar no momento oportuno o caráter urbano deste conjunto localizado em importante área central da cidade de Belo Horizonte.