CCSP | Cartografia de usosfechar ×
2019
Publicação
Artigo sobre a pesquisa CCSP | Cartografia de Usos presente na publicação Mas Context, presente neste link.
2018
Publicação
Exposição, Publicação
O conjunto de fotos são resultado do registro do fotógrafo Lauro Rocha, durante o período da exposição de 13/09 a 04/11/2018, no Centro Cultural São Paulo.
2018,2019
Desenho, Publicação
2018
Publicação
Evento, Exposição
Evento, Exposição
Desenho, Exposição
O layout da exposição, o projeto do expositor e a montagem foram realizadas pelo SIAA com apoio do CCSP.
Equipe:
Ficha técnica
Ano:
2017
Organização, textos e projeto gráfico:
Carolina Herrera
Cesar Shundi Iwamizu
Eduardo Pereira Gurian
Fernanda Britto
Colaboradores:
Leonardo Nakaoka Nakandakari
Maria Fernanda Xavier
Estudantes:
Pedro Herman
Augusto Longarine
Gabriela Xavier
Expografia:
Carolina Herrera
Cesar Shundi Iwamizu
Eduardo Pereira Gurian
Fernanda Britto
Marisa Bueno
Montagem:
Alexandre Ignácio Alves
Fabio Fraccarolli
Fernanda Britto
Marcio Borges
Maria Fernanda Xavier
Marisa Bueno
Fotografias da exposição:
Lauro Rocha
Impressão do catálogo:
Laboratório Gráfico do CCSP
Painéis exposição:
Carolina Herrera
Fernanda Britto
Maria Fernanda Xavier
com o apoio do FabLab
Apoio:
11ª BIENAL DE ARQUITETURA DE SÃO PAULO
Realização Instituto de Arquitetos do Brasil
Organização Instituo de Arquitetos do Brasil
Direção de Conteúdo (curadoria) Marcos L. Rosa
Assistência de Direção de Conteúdo (chamadas abertas) Bruna Montuori e André Goldman
Realização:
Prefeitura de São Paulo Bruno Covas
Secretaria de Cultura André Sturm
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
Direção Geral e Núcleo de Curadoria Cadão Volpato
Supervisão de Ação Cultural Adriane Bertini e equipe
Supervisão de Acervo Eduardo Navarro Niero Filho e equipe
Supervisão de Bibliotecas Maria Aparecida Reis Ribeiro da Silva e equipe
Supervisão de Informação Alvaro Olyntho e equipe
Supervisão de Produção Luciana Mantovani e equipe
Núcleo de Gestão Francis Vieira Soares e equipe
Núcleo de Projetos Kelly Santiago e Walter Tadeu Hardt de Siqueira
Impressão Laboratório Gráfico do CCSP
São Paulo, SP, Brasil
O tema “Em projeto” da 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo(1) nos instigou a refletir sobre o processo de projeto de arquitetura, considerando principalmente as intenções vislumbradas para cada espaço durante seu desenvolvimento. A princípio, a prática do projeto se coloca como uma operação que regula e sistematiza as demandas programáticas previstas para cada edifício, procurando determinar espaços e prever como estes deverão funcionar. Para o presente trabalho, refletimos em especial sobre a possibilidade de outras relações entre projeto, espaço e uso, que podem ser observadas no Centro Cultural São Paulo.
Frequente no campo da arquitetura, a representação dos usos a partir do espaço opera como uma ferramenta de projeto através da qual se procura imaginar o espaço concebido e sua ocupação, com o intuito de propor situações de uso que viriam caracterizar a dinâmica do edifício. Este meio permite expressar uma intenção ou ao menos uma previsão de como as pessoas se comportariam nos espaços projetados. Há exemplos memoráveis desse tipo de representação na historiografia da arquitetura como os desenhos de Lina Bo Bardi para os projetos do SESC Fábrica da Pompeia e do MASP, bem como diversos exemplos contemporâneos como os cortes em perspectiva do escritório japonês Atelier Bow-Wow, que buscam exprimir a rotina a ser vivida nos ambientes projetados. Estas peças gráficas transformaram-se em uma espécie de documento que registra as intenções e previsões dos usos programados pelo projeto arquitetônico, que vão se confirmando ou não como realidades ao longo do tempo, após a construção do edifício e de sua ocupação.
Por outro lado, há diversas situações em que os espaços projetados para determinadas funções acabam assumindo um caráter diferente do imaginado ao longo dos anos, para além das demandas pressupostas, incorporando usos não previstos por seus autores. Ao desenhar a marquise do Ibirapuera, Oscar Niemeyer imaginava este dispositivo como um elemento de conexão entre os programas culturais e como um espaço para a expansão de suas atividades. De fato, a cobertura respondeu à sua função inicial, mas extrapolou a potencialidade que o arquiteto havia previsto, tornando-se gradualmente em um elemento de dimensão urbana que permite sua apropriação pelos mais diversos usos.
Dadas as diversas situações em que a arquitetura enquanto projeto procura imaginar ou não possibilidades de ocupação e apropriação, é preciso destacar um dos equipamentos culturais de uso mais intenso da capital paulistana, o Centro Cultural São Paulo, e perceber que sua vivacidade é composta tanto por usos que foram e são programados em projeto e por sua administração como por usos apropriados pelo seu público ou não programados, que acontecem nas extensões de suas entradas e em seus espaços livres e de circulação.
Este virtuoso equilíbrio é característico deste edifício, que parece estabelecer uma relação dialética entre usos programados e usos apropriados. Nesse sentido, é possível perceber que a dinâmica de funcionamento do CCSP parece sugerir através de seus programas previstos o modo e/ou os meios de como se apropriar de seus espaços livres. Sendo assim, poderíamos imaginar que as atividades culturais ou de lazer internas a forma construída parecem se propagar de maneira despojada para além dos limites físicos do edifício. Da mesma maneira, a forma descontraída de apropriação espontânea dos espaços livres parece despertar novos modos de se olhar e de se ocupar os ambientes de usos definidos.
Procurando subverter a lógica arquitetônica que busca prever a ocupação do espaço construído, este trabalho tem o intuito de investigar a especificidade deste centro cultural, principalmente com base em seu cotidiano, identificando aspectos que evidenciem ou não a proposição dos arquitetos quanto aos usos de seus espaços e que colaborem para a compreensão da dinâmica deste edifício. Ao priorizar os modos arquitetônicos de representação para registro desta pesquisa, assim como os meios gráficos citados anteriormente, pretende-se não só documentar e interpretar a situação existente, mas também vincular os usos programados e os usos apropriados e espontâneos aos espaços construídos.
Este registro gráfico tem o potencial de revelar e evidenciar o que já é presente no cotidiano do CCSP e na consciência coletiva, mas que sem uma sistematização torna-se incompreensível ou negligenciado enquanto exemplo de possibilidades para outros espaços na cidade. Acima de tudo, o que se almeja é explicitar a virtualidade dos espaços e dos usos presentes no Centro Cultural São Paulo, sejam eles programados ou apropriados, destacando-o como uma potência enquanto gestão cultural e objeto arquitetônico e urbano.
(1)Este trabalho iniciou-se em setembro de 2017, incentivado pela 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo com o tema Em Projeto. Realizado por meio de vivências durante a Bienal, o trabalho se conclui neste momento com este catálogo, exposição e ciclo de conversas, parte dos inúmeros legados da 11ª edição da Bienal de Arquitetura de São Paulo.