Ágora Tech Parkfechar ×

Considerando a escala do terreno, as características de seu sistema viário e a massa arbórea preexistente a ser valorizada – além das características programáticas do empreendimento – exigiu-se de nossa proposta uma ação integradora entre plano e projeto. A construção de um conjunto edificado (primeira etapa de obra) indissociável de sua necessária vocação urbanística: um plano capaz de construir uma pequena centralidade (cidade).

IMPLANTAÇÃO | CONJUNTO

1. A existência de uma área verde no centro do terreno, que se amplia em contato cm a área de preservação lindeira, nos obriga a uma intervenção periférica a ela: Arquitetura como massa construída em torno de um vazio.

2. A geometria da ocupação proposta, o desenho do sistema viário preexistente e previsão da execução dos edifícios em etapas nos indicaram uma setorização do plano em 5 partes: a) Edifícios flexíveis de escritório, serviços e estacionamentos; b) Setor de hospedagem – Hotel e Albergue; c) Ensino, pesquisa, serviços e estacionamentos; d) Ágora 1 – praça de acesso junto à rotatória da Avenida Fabiano Perini; e) Ágora 2 – praça de acesso junto à esquina com a Avenida Pisa.

3. A fragmentação do longo edifício previsto para o setor A em lâminas paralelas e transversais permite a execução deste setor em etapas, garantindo também a urbanidade necessária ao setor de serviços junto à avenida e a visibilidade e o gentil contato com a área verde preservada, amplificada pelos pátios para onde se voltam os espaços de escritórios. Um passeio longitudinal conecta as recepções de cada bloco, mas também os serviços de uso cotidiano de acentuado caráter público. O setor de hospedagem prevê um embasamento para as áreas de uso coletivo e se divide em duas lâminas paralelas articuladas em torno de um vazio central destinado às circulações verticais. Adequado ao setor de ensino e pesquisa, a geometria do edifício é composta por lâminas lineares articuladas ao redor de três pátios centrais, cada qual com espacialidade e geometria específicas. Em cada extremidade deste conjunto, próximos às rotatórias que balizam o sistema viário, uma praça de acesso público articula os programas aos auditórios previstos, além de organizar a conexão com os demais setores, criando também Ágoras de encontro e sociabilidade.

ARQUITETURA | CONSTRUÇÃO

4. Como regra geral para o conjunto, foi criado um semi-subsolo para os estacionamentos e áreas técnicas, posicionado 1,75m abaixo do nível da rua. Desenhado estritamente sob a projeção dos edifícios, evita problemas de drenagem, mas também possibilita a criação de áreas verdes entre cada bloco. Levemente elevado em relação à avenida, um passeio longitudinal conecta cada uma das lâminas paralelas, criando um percurso entre cheios e vazios, entre as áreas ajardinadas e os pequenos cafés, lojas e serviços, além dos acessos a cada bloco. Considerando um piso a piso ideal (4,2 metros) para o setor de escritórios – adequado às alturas necessárias a estrutura, piso elevado, instalações e ar-condicionado – previmos a criação de apenas dois pavimentos flexíveis sobre o piso térreo, garantindo o gabarito máximo de 15 metros, não só evitando maiores deslocamentos verticais para os usuários, mas garantindo uma escala confortável e íntima aos átrios de circulação posicionados a cada dois blocos.

ÁGORA TECH PARK

5. O conjunto arquitetônico para o Ágora Tech Park – fragmentado em  uma diversidade de blocos adequados a cada programa funcional – constitui um espaço de acentuado caráter urbano. Sua horizontalidade cria uma implantação em sintonia com a massa construída vizinha (existente ou futura) e as áreas verdes  a serem preservadas, agora amplificadas. Desenhada como um véu, uma estrutura tensionada sobre os blocos paralelos garante unidade arquitetônica ao conjunto, além de criar proteção solar às fachadas voltadas ao norte, caráter a cada um dos pátios, jardins e praças de acesso. A delicada inserção urbana do conjunto não impede, por meio do desenho desta cobertura, a necessária expressão arquitetônica ao Ágora Tech Park.