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Praça no Lajeadofechar ×

2007

Obra concluída

 
 

Ficha técnica

Ano do projeto:
2007

Conclusão da obra:
2008

Arquitetura:
Anita Freire
Cesar Shundi Iwamizu
Geórgia Lobo
Guilherme Petrela
Marina Colonelli
Moracy Amaral

Contratante:
Instituto Sou da Paz

Construtora:
Sudeste

Gerenciadora:
EMETEC

Orçamento:
Nova Engenharia

Estrutura:
AVS

Hidráulica e Elétrica:
COMPRENG SC

Iluminação:
Ricardo Heder

Terraplanagem:
Rosano Souza

Fotografias:
Pedro Kok e Instituto Sou da Paz

Praça no Lajeado
São Paulo, SP, Brasil

Prêmio Jovens Arquitetos 2009 – categoria urbanismo

Localizado no distrito do Lajeado, extremo leste de São Paulo, o campo entre as ruas João Carrasco e Itaberaba Açu foi construído em 2004 por mobilização dos próprios moradores após a canalização do córrego que existia no local. Apesar de precário, o espaço se tornou o local oficial dos campeonatos de futebol da comunidade e sua melhoria, além da construção de outros equipamentos, foram reivindicações constantes dos moradores durante muito tempo.

Coordenado pelo Instituto Sou da Paz, o projeto de reforma da praça em Lajeado constitui um bom exemplo de parceria entre poder público e privado para a requalificação de espaços públicos na cidade. Além da melhoria da qualidade ambiental da praça, o objetivo do trabalho era desenvolver um processo de união entre os moradores, utilizando as discussões sobre o futuro do espaço como ferramenta para a construção de novas relações entre os diversos atores sociais da comunidade: a turma do futebol, as mães (que já haviam organizado a biblioteca do bairro), a igreja, o rap.

Assim, o projeto de arquitetura fez parte de um processo mais amplo, precedido por um criterioso trabalho de escolha dos locais de atuação e pela lenta aproximação entre moradores e educadores, através de atividades culturais e desportivas que tinham o objetivo de promover o aumento gradual do número de participantes do projeto e a representatividade dos diversos grupos presentes naquela comunidade. Por meio de assembleias entre moradores, arquitetos e educadores, foram organizadas discussões para o entendimento das necessidades locais e, através de desenhos, maquetes e orçamentos, para as definições e desenvolvimento de projeto.

O campo foi mantido no centro da praça, circundado por arquibancadas, alambrados e muros capazes de ajustar o espaço à topografia acidentada do bairro. Ao mesmo tempo em que definem um recinto suficientemente protegido para a prática do futebol, esses elementos foram estrategicamente desenhados para criar oportunas e generosas aberturas, de modo a deixar o campo necessariamente aberto para o acontecimento de outras atividades.

As calçadas, anteriormente inexistentes, criam passagens em continuidade aos diversos caminhos do bairro – ruas, escadarias e vielas – permitindo que o projeto assimile os percursos pré-existentes da população e se torne local de convívio nos trechos equipados com bancos e mesas, espaços de maior largura cuidadosamente posicionados em frente aos bares.

Nas extremidades da praça, garantindo identidade a cada um dos pontos de acesso, foram posicionados o parquinho – circundado por taludes e elevado em relação à rua – e um espaço propício a usos diversos, um piso plano, aberto e protegido por uma cobertura – estrutura de aço, madeira e telhas translúcidas – que também se volta ao campo de futebol como tribuna coberta ou palco.

O projeto de paisagismo criará sombra às áreas de lazer e estar, além de garantir unidade e caráter ao espaço da praça. Orientada por profissionais, sua implantação foi realizada com mudas fornecidas pela prefeitura por meio de um mutirão, tanto pela viabilidade de execução quanto pelo caráter simbólico dessa atividade.

Findo o processo de construção, a programação do projeto prevê mais dois anos de atividades, cursos e eventos junto à comunidade local, dando continuidade ao processo iniciado com o projeto da praça.