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Orquestra Filarmônica do Espirito Santofechar ×

Ficha técnica

Ano de projeto: 2006

Arquitetura:
Alexandre Mirandez de Almeida
Cesar Shundi Iwamizu
Marcelo Pontes de Carvalho
Ricardo Bellio

Colaboradores
Giovana Avancini
Rafael Urano
Marina Colonelli

Acústica e cenotecnia:
Acústica & Sonica


Vitória, ES, Brasil

O projeto desenvolvido para a Sede da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo prevê a transformação do Palácio Domingos Martins, antiga sede da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, na nova “Casa da Orquestra”.

O Palácio ocupa um lote de formato trapezoidal, entre a Rua Muniz Freire, a Praça João Clímaco e a Rua Pedro Palácios. A disposição proposta para os novos programas foi pensada como uma oportunidade para resgatar aspectos importantes do edifício original. A questão central é que, apesar do razoável estado de conservação das fachadas, o edifício teve sua estrutura interna de madeira totalmente substituída por uma estrutura irregular de concreto armado, desenhada de acordo com a posição das paredes que repartiam o espaço do edifício em pequenas salas. Além disso, o volume trapezoidal original foi ampliado de modo a alterar substancialmente a volumetria do edifício, tanto nas relações que estabelece com o lote vizinho, como na disposição espacial do prédio em relação à praça.

Por essa razão, como procedimento inicial para a restauração das fachadas do edifício, o projeto realizado prevê a demolição das estruturas acrescidas sem maiores preocupações arquitetônicas, sugerindo a criação de novos volumes – adequados às especificidades dos novos usos pretendidos – internos às paredes perimetrais preservadas.

Nesse intuito, dentro das paredes que conformam o volume de planta trapezoidal foi projetado um novo volume vertical que atravessa edifício do subsolo à cobertura. É uma torre de caráter eminentemente técnico que abriga as instalações sanitárias, os equipamentos de ar-condicionado e o elevador. Essa construção acaba por definir os espaços de circulação, convenientemente separados das áreas reservadas aos ensaios.

Ao lado, dentro do volume principal do edifício original, foi projetada uma caixa de concreto armado apoiada em apenas quatro pilares, com um volume suspenso capaz de abrigar a sala de concerto em seu interior, reservando ao foyer – sob esse mesmo volume – um espaço aberto privilegiado pelos acessos anteriormente bloqueados pelas amplas aberturas anteriormente confinadas nas pequenas salas.

Essa caixa, estruturada independentemente das paredes originais, permanece solta no espaço, criando áreas de pé-direito duplo iluminadas zenitalmente, permitindo que esse novo volume – com altura suficiente para garantir a qualidade acústica necessária aos novos usos – aflore 7,5 metros em relação ao limite da platibanda do edifício original.

Uma caixa que, apesar de substituir o telhado original e alterar substancialmente a dimensão do volume, permanece muito discreta em relação à Praça João Clímaco, como um plano de fundo homogêneo que ressalta a verticalidade do edifício e o desenho da cúpula.

Lateralmente, ao longo das fachadas das Ruas Muniz Freire e Pedro Palácios, o tratamento dado ao volume é absolutamente diverso, amplas fachadas de vidro translúcida – construídas com tijolos de vidro sobrepostos à uma caixilharia interna – permitem a incidência de luz natural no interior da caixa durante o dia e, de modo inverso, que a caixa se transforme em um farol para a cidade durante a noite. Um modo de noticiar a todos os novos acontecimentos culturais que passarão a acontecer naquele edifício.