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Museu da Diversidadefechar ×

2014

Concurso, Desenho, Modelo digital

 

 

 

 
 

Ficha técnica

Ano de concurso:
2015

Arquitetura:
Alessandra Figueiredo
Andrei Barbosa da Silva
Bruno Valdetaro Salvador
Carlos Augusto Gomide
Cecília Prudencio Torrez
Cesar Shundi Iwamizu
Eduardo Pereira Gurian 
Fernanda Britto
Henrique Figueira da Costa
Leonardo Nakaoka Nakandakari
Luca Penteado Caiaffa
Rafael Carvalho
Renata Sério

Museu da Diversidade
São Paulo, SP, Brasil

Projeto premiado com Menção honrosa

Este projeto foi realizado em parceria com o escritório de Helena Ayoub (HASAA).

Casarão nº1919

Centralidade das elites paulistanas desde sua criação, a Avenida Paulista vê seu uso se transformar ao longo do tempo. Artistas de rua, pessoas de todas as idades e de todas as classes usufruem este espaço como um grande espaço público linear. Mais do que a representação de pujança econômica e poder do capital, esta avenida é expressão viva da sociedade em suas contradições e complexidades.

É no espaço público que estas realidades se encontram e conflitam. O projeto de um museu de diversidade sexual trazer informações e esclarecimentos sobre tema tão permeado de preconceitos e violência, é imprescindível desde já enquanto espaço de encontro e reflexão. Este debate é expressão clara de uma sociedade em transformação. O casarão nº1919 também se encontra em transição.

A transformação de um patrimônio privado em patrimônio público, da mesma forma, tem um histórico de indefinições que estão levando o imóvel à uma rápida deterioração. A gestão deste espaço deve ser atenciosa e o presente projeto busca dar diretrizes de projeto e uso para garantir a proteção deste patrimônio. O novo edifício anexo e o novo casarão devem ser coerentes com seu novo modus operandi. A transformação de um patrimônio privado em patrimônio público implica em uma mudança radical da forma como o lote se relaciona com as vias públicas.

Anexo

A transformação de um patrimônio privado em patrimônio público implica em uma mudança radical da forma como o lote se relaciona com as vias públicas. A proposta busca a criação de acessos amplos, deslocando o pedestre do fluxo horizontal e linear da Avenida Paulista para um espaço de acolhimento e convergência, com patamares para a criação de novas visuais.

Este espaço público é um praça localizada ao lado do casarão, acessível, sem obstruções, o que se torna possível através da remoção de parte do gradil que faz o fechamento frontal * e da criação de duas rampas em volta de árvores existentes. Este espaço cria uma nova relação do usuário, acostumado com a fachada frontal do casarão, ao se deparar com outra face da edificação, pouco visível a partir do passeio público.

Uma arquibancada posicionada a partir do recuo frontal de 20m cria visuais acima do ponto de vista comum do pedestre. Além disso dá acesso à uma  praça elevada, com um café acolhido sob a projeção da torre para contemplação do parque vizinho. Descendo meio pavimento a partir da praça central o pedestre alcança um segundo térreo, uma praça rebaixada criada para a realização de eventos e, ao mesmo tempo, foyer para o Auditório.

De ambos os níveis é possível receber tanto o público ocasional quanto o público agendado para acessar a exposição temporária. O percurso do visitante nos dois pavimentos expositivos passa por um mezanino e uma escada que, visualmente isolada da exposição, cria um momento de pausa gerando visuais do parque vizinho antes do visitante retornar à exposição. Na saída, o visitante percorre um segundo mezanino que revela um caixilho de pé direito duplo que emoldura a fachada posterior do casarão.

Neste local é possível notar os pontos de encontro com o casarão no pavimento superior e no subsolo rebaixado. A ligação entre os volumes ocorre no vazio onde há atualmente uma escada. Desta forma evita-se a alteração de caixilhos e peitoris que descaracterizaria a fachada.

No pavimento acima da exposição localizam-se os demais programas de acesso público, tais como a Biblioteca, a Sala de Leitura, o Estúdio e a Sala Multiuso. No terraço foi previsto um local para eventos descoberto com uma pequena copa de apoio.

Ainda no edifício novo, sob o auditório, foi criado um subsolo que abriga os sanitários da área de Eventos, Camarins e Sanitários com Vestiários para Funcionários Terceirizados. O palco do Auditório também encontram-se nesta cota. Isso faz com que a ligação entre os camarins e o palco seja acessível para portadores de necessidades especiais.

A área de carga e descarga e as vagas para idosos e deficientes fica nos fundos do lote e é acessada pela rua lateral existente. Este acesso é exclusivo de funcionários, equipe de montagem e usuários das vagas especiais.

O casarão recebe visitantes ocasionais pela sua entrada frontal e os agendados através do edifício anexo. Em seu pavimento superior, abriga Áreas Expositivas Permanentes e, ao fundo, a Loja, próxima à saída da exposição. Para a utilização do subsolo é proposto o rebaixamento do piso interno. Neste pavimento, concentram-se os programas administrativos na parte frontal (próxima à Avenida Paulista) e, mais ao fundo estão as Áreas Técnicas de Conservação e Restauro, que podem ser visualizadas a partir da praça rebaixada.