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2018

Concurso

 
 

Ficha técnica

Ano:
2018

Arquitetura:
Andrei Barbosa da Silva
Bruno Salvador
Cecília Prudencio Torrez
Cesar Shundi Iwamizu
Eduardo Gurian
Fernanda Britto
Leonardo Nakaoka

Estudantes:
Laura Cardone
Maria Fernanda Xavier
Natália Lima

CODHAB - CENTRO EDUCACIONAL BAIRRO CRIXÁ
Brasília, DF, Brasil

Amparando o crescimento populacional do empreendimento Bairro do Crixá, ao norte da Região Administrativa de São Sebastião – resultado de uma extensiva produção habitacional de interesse social na região, se mostra extremamente necessário a criação de edifícios que venham a oferecer melhor qualidade de vida a população, através de programas que contemplem os serviços e equipamentos básicos necessários. Dessa maneira a proposta para a construção do Centro de Educação (CED) busca articular o equipamento à malha viária, tratando-a como principal conexão urbana e tirando partido de sua morfologia, tanto para o estabelecimento de relações visuais entre o entorno e o edifício, quanto para informar soluções compositivas do próprio desenho de projeto.
Nesse sentido, destaca-se o traçado de uma rua de serviço que corta o lote transversalmente, criando um acesso para carga e um bolsão de estacionamento para funcionários entre as duas vias principais, ao mesmo tempo que marca a área de intervenção, deixando o volume a ser construído autônomo em relação ao parcelamento. Esta via interna conecta a Avenida São Sebastião DF-473 a uma via mais local, a Avenida Crixá e faz a divisa entre o terreno destinado ao CED e o outro destinado ao EPC.
Outra característica importante para a definição de uma proposta de implantação se refere diretamente a relação do lote com a orientação solar e sua condição topográfica. O caimento existente se faz com maior intensidade no sentido longitudinal ao terreno, paralelo as duas vias principais, e possui uma inclinação quase constante de pouco menos que 5%, o que nos permitiu dispor os programas em blocos construídos, intercalados por pátios, que se organizam de maneira escalonada e com as faces orientadas a norte e sul. Potencializando o sistema de circulação através de rampas, aberturas com sombreamento controlado e um movimento de terra bastante otimizado.
Reitera-se dessa maneira a importância da eficiência energética do edifício, correlacionada com o sistema de circulação e proteção das fachadas. Já que o sistema de circulação serve de filtro as áreas programáticas. Onde a volumetria resultante, reforça a ideia dos volumes dispostos pelo terreno e sua circulação como elemento envoltório, que garante a criação de pátios sucessivos que dão qualidade ao percurso, além de iluminação e ventilação naturais das áreas comuns.
A geometria da cobertura enriquece a espacialidade do edifício com a variação de pé-direito acompanhando a inclinação do terreno, o que caracteriza a composição volumétrica, além de permitir, dada sua inclinação, a coleta de águas pluviais e seu reaproveitamento. Vale ressaltar o destaque dado a quadra de esportes coberta, que se afasta do volume principal oferecendo uma praça de chegada aos alunos e marcando a esquina com um segundo volume.
O agenciamento da planta se justifica, em larga medida, pelo equacionamento das circulações. Dois eixos longitudinais de circulação atravessam o edifício, junto às fachadas, distribuindo os acessos aos blocos programáticos, de maneira que os programas mais coletivos e dispersos se encontram no chão e os mais concentrados nos andares superiores. Esta decisão transforma a fachada da CED em um filtro e revela o movimento dos usuários da escola para a paisagem exterior.
Posto isso, cumpre ressaltar que a potencia plástica da proposta reside no contraste entre a transparência e a severidade da geometria. Enquanto a implantação estabelece relações visuais contundentes com o entorno, o volume se destaca quando observado à distância. Constrói-se, assim, um novo ponto de referencia na paisagem, figurando um novo horizonte para os moradores do bairro do Crixá.
DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA
A disposição do programa no terreno se faz pela composição de cinco blocos paralelos dispostos no terreno e se adequam a topografia. Estes blocos são separados por pátios que se caracterizam pelos usos dispostos no térreo. Dessa maneira os blocos mais extremos, abrigam os programas que se relacionam com o espaço público criado na envoltória do volume total edificado. Na esquina a quadra, possível de abertura para a comunidade mesmo quando esta não esteja em atividade. E do outro, junto a rua de serviço o núcleo administrativo e de serviços. Assim, além desses dois núcleos, o pavimento térreo, conectados ao chão, se soma ao auditório, ao refeitório e ao pátio coberto. Reservando assim os programas mais dispersos as áreas abertas e ajardinadas. No pavimento seguinte, se encontram as salas especiais, mezanino do auditório e a biblioteca. E no terceiro e último pavimento se concentram as salas de aula, dividido em dois blocos para o ensino fundamental e dois para o ensino médio.
FLUXOS E PÁTIOS
Os fluxos foram organizados em dois eixos longitudinais (eixo norte-sul), sendo um mais amplo e compostos por rampas sucessivas, que conecta de forma generosa o escalonamento proposto para o terreno e o outro mais contido, composto por passarelas e escadas, que em sua disposição oferecem os núcleos sanitários de cada bloco. O acesso as salas de aula se faz transversalmente e acontece a cada bloco. A geometria deste corredores serve de aba a face norte dos blocos edificados, controlando a insolação. Essa hierarquia garante um passeio generoso, com visuais controladas pelos pátios e potencializada pelos usos dispostos em cada bloco construído.
FECHAMENTOS E VOLUMETRIA
Em planta, os fechamentos são definidos pelos limites da circulação do edifício: as fachadas perpendiculares aos blocos internos, foram compostas por telas perfuradas com espaçamento mínimo que regula tanto a insolação quanto a ventilação.Nas faces correspondentes aos acessos, foi proposto um sistema de esquadrias, compondo elementos transparentes, vidro, e venezianas que garantem a ventilação cruzada.Os acessos são marcados pela troca de materialidade nos fechamentos através da presença de gradis que configuram as portas de acesso.Por fim, a volumetria é definida pelos sucessivos planos inclinados das coberturas que abrigam os blocos programáticos, protegendo as áreas internas e seus respectivos pátios.