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2018

Concurso

 
 

Ficha técnica

Arquitetura
Cesar Shundi Iwamizu
Eduardo Gurian
Fernanda Britto

Estudante:
Samuel Teleki

Consultoria Marcenaria:
Op Vilas Boas

CCSP COWORKING
São Paulo, SP, Brasil

Identidade do espaço
A diversidade do Centro Cultural São Paulo deve-se a complexidade entre uma série de programas presentes no edifício, geridos ora por sua direção ora por secretarias e organizações da Prefeitura Municipal de São Paulo, e os seus mais diversos usuários que se apropriam de inúmeras maneiras dos espaços disponíveis no edifício. O piso 23 de Maio, em especial, apresenta uma complexidade ainda maior que os outros pavimentos, aproximando-se da lógica de uma mini cidade, na qual se localizam os mais diversos tipos de programa como acervos, laboratórios, marcenarias, teatro experimental, salas de dança, salas multiuso etc., organizados em volumes por corredores de circulação. É na dinâmica heterogênea deste local que será inserido o novo Coworking, objeto deste concurso.
Sendo assim, imaginamos que a oportunidade de se pensar no mobiliário que deverá dar forma a este programa tornou-se uma oportunidade de se pensar a identidade deste novo espaço.

Partido
Logo, nossa proposta parte da lógica do mobiliário como o elemento que configura e determina os limites deste novo espaço e novo uso. Nesse sentido, o principal módulo desta série de mobiliários, ou seja, a estação de trabalho, é o elemento que estabelece o limite entre o que é interno e o que é externo ao Coworking, conferindo caráter a seu invólucro.
Tendo como princípio a modulação existente, ou seja, a presença marcante da continuidade do forro modular cimentício, de medidas comerciais (1,25×1,25), o ritmo da fachada é dado pelas estações individuais de trabalho que segue a malha de 1,25m, conformado por placas verticais de piso ao forro que estruturam as bancadas e as prateleiras. (Observação: no caso da remoção do forro, é possível ajustar a altura do mobiliário fixo, desenhando peças como bandeiras translúcidas para os módulos da fachada e maleiros para os módulos junto a alvenarias.) Esta lógica de modulação norteou também o desenho dos armários e estantes posicionados na face oposta a esta fachada, localizando-se junto à alvenaria e ao limite da sala de reunião, garantindo privacidade ainda que haja pontos de permibilidade visual entre a reunião e o salão principal do Coworking. Nos outros limites do volume, ou seja, na fachada de acesso e em sua face oposta, priorizou-se o uso de divisórias de vidro que garantem uma maior visibilidade de seu espaço interno.

Execução
Além do compromisso com a identidade do espaço, a proposta de desenho para os mobiliários procura seguir uma linguagem mínima, ainda que conformada por uma lógica de montagem, garantindo que as peças sejam facilmente executadas e que possam sugerir, inclusive, novos módulos que venham a ser necessários no futuro.
Sendo assim, os módulos são sempre estruturados por peças verticais em compensado naval ou em requadros de cantoneiras metálicas, travados por peças na horizontal, que configuram os tampos de trabalho, bancos, bancadas e prateleiras. Por meio dessa lógica, é possível que o módulo se constitua como uma peça isolada e inclusive solta de elementos verticais como paredes, mas que também possa ser rearranjado de diversos modos, conformando conjuntos maiores como até mesmo a própria fachada do coworking. A reprodutibilidade dos módulos permite ajustar as quantidades propostas dependendo do caráter desejado por seus organizadores.

Usos
A flexibilidade proposta não só pelo layout, mas também pela modulação das peças, permite que o espaço do coworking possa ser usado para além de um ambiente de trabalho, atendendo a uma série de eventos relacionados a seu programa, como conferências, palestras, workshops, apresentações, dinâmicas individuais ou em grupos. Seus rearranjos modulares permitem ainda pequenas reuniões simultâneas e, através das diversas possibilidades de apropriação do mobiliário proposto, é possível compor conformações que estimulem o caráter coletivo, social e dinâmico peculiar de um Coworking, ainda mais inserido em um edifício tão diverso e especial quanto o Centro Cultural São Paulo.